Borderline, o Transtorno de Personalidade Limítrofe

Borderline é um transtorno de personalidade que expressa intensa dificuldade de relacionamento, muito devido a alta sensibilidade à rejeição, marcada por insegurança, dificuldade em regular emoções e impulsividade. Os principais sintomas observados são oscilações de humor, instabilidade afetiva, agressividade, impulsividade, baixa autoestima, crise de identidade e, até mesmo, ideações suicidas.

Pacientes que sofrem com transtorno borderline estão na linha entre a neurose e a psicose. Ou seja, manifestam seus sentimentos de maneira exagerada e com angústia (neurose), vivenciando, muitas vezes, experiências imaginárias (psicose). Negativas ou positivas, as emoções são sempre desproporcionais para quem sofre desta doença, podendo inclusive gerar respostas físicas de raiva intensa.

Marcados pela baixa autoestima, pacientes borderline são extremamente sensíveis a críticas, pois temem pelo abandono em função de sua insegurança. O que acaba por dificultar a formação da identidade, uma vez que gostos e valores são instáveis. Há ainda uma predisposição a idealização de pessoas e situações diante da menor perspectiva de positividade. É comum o desenvolvimento de pensamentos paranoicos, criando situações imaginárias, tanto para o bem quanto para o mal, que induzem rápida mudança de comportamento.

A sensibilidade favorece uma instabilidade emocional similar a de pacientes bipolares. No entanto, as alterações de humor devem-se exclusivamente ao modo de encarar os sentimentos, sendo suscetíveis a responder de forma intensa mesmo aos estímulos mais simples. Pequenos conflitos ou demonstrações de bondade influenciam nas relações pessoais podendo alternar entre amor e ódio em curto espaço de tempo.

É comum que pacientes com transtorno borderline procure alívio dos conflitos emocionais em atitudes impulsivas como sexo de risco, abuso de substâncias e imprudências financeiras ou no trânsito, seguidas de culpa. Da mesma forma, automutilação e pensamentos suicidas também visam reduzir a dor psicológica.

Entre as abordagens para o tratamento de transtorno borderline está a terapia comportamental dialética, que deriva da terapia cognitivo-comportamental, enfatizando a troca e negociação entre o terapeuta e o cliente, entre o racional e o emocional e entre a aceitação e a mudança. Impedir a automutilação é o primeiro foco de todos os tratamentos.

Os sintomas podem ser identificados através da observação de um psicólogo ou psiquiatra, e o diagnóstico pode ser dado ainda na adolescência.