Anorexia e o “medo” de engordar

Anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que provoca magreza em excesso. Pacientes anoréxicos desenvolvem grande preocupação com o peso e acabam por comer muito pouco ou nada.

Com carência de nutrientes o paciente fica mais suscetível a prejuízos físicos, desde fadiga, por gastar mais energia do que consome, até doenças severas. Nos casos mais graves, a anorexia leva à caquexia – grau extremo de desnutrição, e o nível de mortalidade fica entre 15% e 20%.

Em geral, o tratamento da anorexia é multidisciplinar, envolvendo psicóloga, psiquiatra e nutricionista. O ideal é desenvolver a reeducação alimentar de modo que o paciente não sofra qualquer deficiência nutricional, sendo, portanto, uma reintrodução de alimentos gradativa.

Quem sofre de anorexia nervosa deve contar com o apoio de amigos e familiares, que devem buscar ajuda ao perceber sintomas como grande perda de peso em pouco tempo, visão distorcida do próprio corpo, recusa em participar das refeições familiares, preocupação exagerada com o valor calórico dos alimentos, atividade física intensa e exagerada, depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-compulsivos, pele muito seca e coberta por lanugo (pelos parecidos com a barba de milho). Nas mulheres, muitas vezes ocorrem, ainda, a interrupção do ciclo menstrual.

A predisposição genética facilita o surgimento do quadro, mas a busca obsessiva pela aparência física “ideal” combinada com a necessidade de aceitação forma a condição ideal para o desenvolvimento da doença. O transtorno alimentar tem grande incidência na adolescência, fase de transição para vida adulta onde corpo e mente sofrem adaptações, o que pode agravar ainda mais a anorexia. As alterações nos níveis de serotonina e noradrenalina comuns à drástica redução na alimentação contribuem para quadros de depressão e ansiedade, condições que podem ser encontradas também na causa da anorexia.